domingo, 20 de novembro de 2011

A Saudade - Edelweis Coronato


.A saudade é uma vontade triste
um anseio d´alma em resgatar o que não mais existe..
É uma senhora frágil e distinta,garbosa em seus ânseios da juventude extinta Quer olhar-se no espelho do tempo,
por um segndo,vê então a imagem de algo profundo
o júbilo encanta-lhe o coração ,renova-lhe o mundo.
... A saudade é o conteúdo guardado com meigo carinho onde vive uma alegria antiga,
uma criança perdida na solidão mais íntima.
Impossível é o resgate pois a parte que se viveu
embora acordada,está para sempre encerrada
na realidade do hoje que o presente moldou.

sábado, 19 de novembro de 2011

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Saudades - Nina Horta


VOCÊS SENTEM uma saudade de uma coisa que nunca viram nem tiveram quando enxergam atrás de um portão pequeno e velho uma daquelas casinhas térreas que têm um terraço pequeno na frente, em arco, e a pintura é toda cheia de altos e baixos, como se o pincel fosse puxado para cima a cada pincelada?
São uns oásis que sobram nas cidades, alguma briga por posse, e geralmente não mora ninguém lá, ou só um... velho que toma um pouco de conta da coisa que já não tem mais jeito. Na frente, uma bananeira com um cacho ainda bem verde de bananas ou uma goiabeira magra, mas com florzinhas anunciando a fruta.
Você vai andando pelo corredor ao lado até chegar ao fundo, bem em frente do canteiro enlouquecido de remédios. Boldo, alecrim, hortelã. As flores cresceram bonitas, subiram em trepadeiras pelas árvores e as rosas e rosinhas misturam-se com flores de cores nada na moda, coisas de jardim abandonado.
Mas há o poema das galinhas. As galinhas foram feitas para romancear qualquer lugar, dar aquela marca de casa, de gente, de segurança, de esperança. Há a beleza de uma ave andando à sua volta, crista de um vermelho transparente carregando aquele milagre todo do ovo. Por isso, Clarice tornou-se a rainha do Facebook, todo mundo adora uma pessoa que fala de galinhas como se fossem amigas, que entendem a vida das mulheres apesar de não se manifestarem a respeito.
Muita palma de santa Rita, algum dia deve ter estado na moda, retas, duras, enfeitando vasos art déco em salas escuras com cortinas fechadas e cadeiras de espaldar.
Mas, ainda há couves. Couves altas, que vão subindo em busca do sol, nem sei se couve busca sol, mas são duras e crocantes, só arrancar as folhas e colocar numa vasilha com água esperando a hora de serem cortadas bem finas.
No meio do caos tem uma pimenteira, tão cheia de jeito e dengo que deve ser nova, as pimentinhas pequenas e vermelhas, lampejo de saia rodada, de saia de baiana sapeca. Sem esquecer o guaco cheiroso.
Pesquisando com cuidado era capaz de achar mais alguma coisa. Mas só aquilo me serve para imaginar a mulher que um dia viveu ali, feliz, com o marido e os filhos, as vizinhas, a sacola grande de lona que levava para a venda e assinava na caderneta. Chegando em casa tinha um radinho desafinado com um capítulo da novela da Sarita Campos e já começava a cortar a couve na cadeira de balanço. Arroz sobrava sempre do almoço, ia fazer uma sopa de feijão com pão torrado por cima. Depois, uns ovos mexidos de leve, envolvendo a couve e umas fatias quase transparentes de linguiça. O pão bem quente e estalando.
De sobremesa poderiam chupar laranjas doces, do seu Manuel, que plantava de tudo no terreno da frente e vendia para a vizinhança. Um mistério aquele homem sempre sujo de terra, sem família, sem história. Colhia boas alfaces e tinha um caquizeiro chocolate que era o céu.
Olhou pela janela e vinha chegando o filho menor, de calças curtas, o cabelo espetado, as meias três quartos caindo sobre o sapato. Ah, menino, pensou, amanhã vou fazer um empadão de galinha para encher essas canelas finas.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Edelweis

Se bater a minha porta e por um momento esperar
sabe já o que encontrará de mim,
O café de sempre ,ah!esse não falta! A conversa atropelada,
Há tanto a falar,e o tempo em sua impertinência,
nunca deixa um pensamento completo.Sempre há o que dizer
... Sempre há razões maravilhosas para cair na gargalhada até cair ao chão....
e depois de tanto e tanta afinidade trocada,muito mal trocada entretanto
boa afinidade ,deixa motivos para que bata novamente a minha porta
ou eu à sua .Há muito prá contar até que a lua clara e rara
pertube à nós duas na sala ,e te chame para a noite .

Aceitando um Convite

Eu vou se tu me quiseres,amiga das baixas planícies,onde as ondas lambem a areia branca que há!Se tu quiseres que eu vá à essa terra bela onde o sol arde como vela que se chama Guarujá!Pena,que as palmeiras tão verdes que o vento beija e a brisa balança não tenha por essa terra como sua morada,nosso lindo sabiá!
( Edelweis Coronato )

terça-feira, 8 de novembro de 2011

.Lágrima e Chuva



Muito da natureza se tornaria ressecado, facilmente quebrável, e muitos seres poderiam morrer se não houvesse chuva.
Nossas emoções e sentimentos poderiam também se tornar endurecidos e logo poderíamos até não sorrir mais, se não pudéssemos chorar.
As lágrimas são chuvas que vêm para nos limpar, nos curar e nos tornar mais inteiros.
Assim como uma flor precisa de chuva, nosso crescimento precisa de lágrimas.
Nós nos sentimos melhor quando choramos, pois as lágrimas aliviam o peso da tristeza e da grande pedra do ressentimento.
O sol sempre brilhará novamente depois de uma tormenta, e o arco-íris aparecerá.
Nosso sol e nosso arco-íris interiores sempre renascerão através de nossas dores depois destas serem regadas pelas lágrimas.
Chore tudo que você tem pra chorar.
Deixe que essa chuva abençoe sua natureza e os diversos eus que você tem dentro de si. Não os deixe morrer por orgulho ou vergonha.
Chore sempre que ouvir um longínquo trovão antes que ele se faça mais próximo.
Depois dê-se ao prazer de ver-se mais vivo e mais forte.
Chore o suficiente para depois rir muito!

Silvia Schmidt

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A Vida

PARA A MINHA QUERIDA AMIGA, SUMIDINHA ....

Um misto de poema e teorema
onde o exato se mistura ao abstrato,
flores e espinhos em um só caminho
... a caricatura e o retrato.

Algo entre a loucura e a lucidez
o sol e a chuva, a abelha e a uva,
sem distinção entre o certo e o errado,
só eu e você lado a lado.

A vida e a morte, o azar e a sorte
solidão e companhia, uma só fantasia,
ilusão, realidade, a tristeza e a felicidade
complicação na simplicidade.

O amor e o ódio, o açúcar e o sódio,
os opostos reunidos, aventurados sofridos,
o feio que é belo, um casebre, um castelo,
cinzas com tons de amarelo.

A água e o fogo, o céu e a terra,
a paz onde sempre houve a guerra,
a luz que se equilibra com a escuridão,
razão e emoção uma só equação.

Autor: André Sesti Diefenbach